segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Nascimento do Vídeo como meio artístico



Foi nos anos sessenta que se assistiu à apropriação do vídeo como um novo médium (e simultaneamente como suporte) no universo artístico ocidental. Foi a década em que o império de Hollywood entrou em decadência, em que a televisão generalizara a sua presença nos lares e em que se assistia às contestações políticas mais abrangentes que alguma vez a história assistira. Na realidade, não era novidade o interesse dos artistas pela utilização de aparelhos de transmissão directa ou pelo cruzamento interdisciplinar das várias linguagens artísticas. O que estava a surgir no panorama artístico era então uma nova consciência crítica associada às novas possibilidades da utilização da imagem/som. Para isso foi dado um importante contributo com o aparecimento do primeiro gravador Portapak da Sony.

As primeiras manifestações de vídeo art revelaram desde logo uma multiplicidade de abordagens. Paik desenvolvia o aspecto estrutural nas possibilidades de transmissão de dados electrónicos e/ou apropriava-se das novas possibilidades de acesso aos meios de gravação de imagens e Vostel apresentou o conceito de décollage (em oposição à collage na pintura) com a justaposição de programas diferentes em seis televisores. Por outro lado, enquanto se criavam programas de televisão exclusivamente direccionados para a divulgação da arte contemporânea, outros movimentos como a “Guerrilla Television” contestavam a influência e a programação televisivas, iniciando uma relação profícua arte/televisão, quer se trate de um nível crítico, ou de apropriação e experimentação, que se mantém ainda actualmente.

Sílvia Vieira/Pedro Félix

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