terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A natureza híbrida do vídeo

Os desenvolvimentos tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, possibilitaram a edição e processamento digital, que aumentaram substancialmente o potencial das imagens. Assim, as imagens recolhidas pela câmara passaram a constituir uma matéria-prima passível de ser manipulada.
«Com a codificação digital, o vídeo distancia-se cada vez mais do padrão fotográfico e aproxima-se cada vez mais do desenho e das artes gráficas em geral. Converte-se portanto num meio de extrema sofisticação imaginética, capaz de produzir uma gama de formas e de cores que antes era privilégio exclusivo das artes plásticas. [...] Os procedimentos numéricos tornam evidente a natureza gráfica da tela de vídeo e colocam a especificidade da imagem electrónica sobre novos parâmetros. A imagem renuncia cada vez mais à sua função designante e ao seu papel de registo inicial para cumprir na tela a sua função icónica primordial.» (Machado, Arlindo, A Arte do Vídeo, Ed. Brasiliense, S. Paulo, 1983, p.p 162/166.)
É nesse contexto que, segundo o mesmo autor, o vídeo [...] incorpora, ao mesmo tempo em que transforma, outras propostas criativas evidenciando o que muitos autores definem como sendo a sua natureza híbrida. ( Machado, Arlindo, Made in Brasil: três décadas de vídeo brasileiro, Ed. Iluminuras e Itaú Cultural, 2007, p.p 13/22.)
Esta afirmação permite-nos entender o vídeo como fenómeno cultural e a encará-lo em toda a sua riqueza e complexidade.

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